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nem a lei de murphy


deu vontade de escrever.
antes de tudo deixa eu fazer uma pergunta: desculpa mas a minha ignorância é grande então lá vai, vc já tinha visto um livro sobre um disco antes?? engraçado, depois que li, vi na livraria outro dedicado ao "a love supreme" do john coltrane, coincidentemente um sax tenor que na prática só existe por que miles davis acreditou nele.

é um belo livro sim senhor, quem escreveu entende do assunto, e não só, ashley kahn, o autor, foi também quem escreveu "a love supreme". isso sem falar de uns cargos nada modestos, editor chefe da rolling stone, editor de música do vh1, produtor de rádio, professor e, de quebra, é o principal colaborador da rolling stone jazz and blues. mas o que mais chama a atenção é a quantidade de desenganos em que o disco perambulou e ainda assim desde o seu lançamento até hoje a sua aura de obra prima continua imaculada.

1. durante 3 anos, quando todos ja imitavam miles davis e sua música modal, ou tonal, a fita master da qual prensavam os vinis tinha uma ligeira alteração de pitch. ia um pouquinho mais rápido. Isso não impediu que uma orquestra reproduzisse os temas e improvisos numa sessão de gala advinhem onde: no carneggie hall.

2. a faixa flamenco sketches foi prensada inicialmente como all blues. hoje esses discos errados são itens de colecionador.

3. a faixa flamenco sketches, como as outras, é resultado de um colagem dos melhores momentos dos takes. isso de alguma forma sabota o espírito do jazz, que para alguns puristas é uma espécie de enlatar o improviso. a bronca é que eles deixaram de lado um take único perfeito em que todos os instrumentistas olharam um pro outro e pensaram "foi bom pra você também?" exceto o produtor do disco. esse 'deslize' foi corrigido umas décadas depois.

devem ter mais incidências da lei de murphy, essas são as que me lembro. é impressionante que esses erros não tenham ultrapassado a blindagem dessa obra prima. nem o ego do próprio miles qeu pocuo tempo depois já estava querendo lançar outra moda, nada permeou o status do disco. mas devo confessar, sem ler o livro, seria impossível entender a importancia de kind of blue.

1 Pitacos:

Anonymous

Obra prima.
Recomenda-se também o " The Birth of the Cool".

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